Uma idade avançada, um estilo avançado
Ari
Seth Cohen, fotografo e blogger, criou o projeto Design
Style. Ele tira fotos de mulheres estilosas com mais de 50 anos, ativas e cheias
de vida. Algumas delas têm quase cem anos.
Baseado no projeto, Ari fez o filme documentário Advanced Style (Netflix) e lançou livros do mesmo nome onde mostram às pessoas que é possível ser ativa com criatividade, independente da idade.
Baseado no projeto, Ari fez o filme documentário Advanced Style (Netflix) e lançou livros do mesmo nome onde mostram às pessoas que é possível ser ativa com criatividade, independente da idade.
Cohen começou a fotografar mulheres para o blog Advanced Style quando se mudou para Nova York (EUA), Ele via várias mulheres incrivelmente bem vestidas nas ruas
e quis tirar fotos, para mostrar às pessoas que envelhecer pode ser algo
maravilhoso.
Em
minha opinião, temos um diferencial por ser a cidade de Nova York. Onde tudo é aceito e descontraído. No Brasil, para muitas mulheres seria um exagero ou aberração. Nós, brasileiras, não temos o habito e ambiente para usar e abusar desta criatividade fashion.
Será que o "tudo certinho" é o que nos faz feliz e de bem com a vida?
O que importa mesmo é mostrar que as mulheres podem mudar a concepção do envelhecimento, aceitando suas idades. Se sentindo bem consigo mesmas.
Será que o "tudo certinho" é o que nos faz feliz e de bem com a vida?
O que importa mesmo é mostrar que as mulheres podem mudar a concepção do envelhecimento, aceitando suas idades. Se sentindo bem consigo mesmas.
“Algumas pessoas idosas são ignoradas, diz
a nova-iorquina Iris Apfel, 98, Interior Design e ícone de estilo: “a mulher comum é criticada, doutrinada e
controlada. Em todo o lugar que ela olha tem fotos de jovens bonitinhas, na
maioria com doze anos e meio, vestindo roupas maravilhosas e muita maquiagem.
Como alguém pode parecer com isso?“
Algumas participantes
do filme e suas opiniões
Biporah Salomon Tzi, 62*:
“Sou uma artista e minha arte é vestir. Às
vezes monto um visual por anos, enquanto não encontro o brinco perfeito para
aquele visual, eu não uso. Se a pintura não estiver terminada, eu não mostro
para o mundo".
"Eu faço um retrato com roupas, joias, sapatos, broches, chapéus, tudo completa o retrato. A maioria das pessoas não. Elas estão muito ocupadas vivendo suas vidas, fazendo coisas, mas esta é minha arte, minha vida, minha paixão, é para isso que eu vivo”.
Joyce Carpati, 80*:
“Estudei ópera em Milão aos 16 anos e
trabalhei em uma revista por vários anos da minha vida. Eu nunca quis parecer
jovem. Quero ficar linda. Quando eu era criança, as mulheres saiam de manhã
vestindo belos terninhos ou tailleur, um suéter lindo e algumas pérolas.
Pensei! Essa sou eu. A partir daí comecei a ter meu estilo”.
Lynn Dell (In Memory),
79*:
“Eu me visto para o teatro da minha vida
todos os dias e me sinto feliz. Tenho uma loja de roupas e acessórios há 42
anos, a Off Broadway Boutique, na Upper West Side, Nova York. O show nunca é fechado. É imperdoável
uma mulher não pintar as unhas, não ter sapatos bonitos. Dinheiro não tem nada
a ver com estilo.”
Debra Rapoport, 67:
“Minha filosofia não é uma questão de
moda. É o pensamento de que o estilo é uma forma de cura. Porque é uma questão
de criatividade pessoal. Considero o meu corpo uma moldura e construo sobre ele
para criar um visual escultural, usando textura, camadas e cores. Isso é o mais
divertido. Moda é uma tendência, é o
mais novo e todos acabam ficando iguais. Não acho desafiador ir a uma loja
chique e comprar a última tendência”.
Ilona Royce Smithkin,
93*,
desenhista: “Quando se fala em moda, vale
tudo. Quando cresci, tínhamos alguns estilos, coisas elegantes e bregas. Mas
hoje, às vezes, fico parada na rua e vejo pessoas passando com coisas que não
combinam. Eu nunca sonharia em usar juntas. Mas acho que elas se divertem e se
sentem lindas. É a alegria delas, é algo pessoal”.
“Eu comprava cílios
postiços de um homem na França. Ele morreu e eu pensei: o que vou fazer? Os
meus cílios estão caindo! Então, decidi cortar mechas do meu cabelo e fiz meus
próprios cílios postiços. Antes eu não tinha confiança em mim e achava que eu
não podia fazer nada. Mas vendo tanta arte ao meu redor (ela
é professora de desenho), o que aprendi e
represento, sinto-me satisfeita. Eu nunca falo a idade para os meus alunos.
Quando me perguntam, eu digo que tenho entre 50 e a morte. Não tenho mais 20
anos, com uma vida toda pela frente. Não posso mais comprar bananas verdes,
então, não tenho mais compromissos em longo prazo. Não me arrependo de ter uma
vida de arte e beleza”.
Jacque “Tajah” Murdock,
81*:
“nasci no Harlem (EUA), no auge da Grande
Depressão. Aos 17 anos fui uma das dançarinas do Apollo Theater. Dançar no
Apollo foi o auge da minha vida. As pessoas caminhavam pela 7th Avenue muito
bem vestidas. Podiam ser empregadas domésticas ou porteiros durante a semana,
mas de sexta-feira a domingo, se vestiam bem para aparecer. Foi uma ótima época
para crescer".
"Sempre amei moda. Colecionava revistas de moda, dentre elas a
Vogue. Sempre me achei única e com um estilo único”.
Zelda Kaplan, 95 (In
Memory): “acho que
nasci feliz. Eu amo moda. Acho que o bom estilo melhora o ambiente para todos.
Amo desenhar minhas próprias roupas e arranjar tecidos. Na maioria das vezes
uso roupas costuradas à mão. Quando se envelhece, aprendemos a se aceitar.
Ninguém pode criticar tanto. Eu nunca me critiquei muito, mas penso que é isso
que eu sou. Não posso fazer nada para mudar”.
*As idades das mulheres são do ano da edição do filme (2011).
* Zelda Kaplan morreu em 2012
*Lynn Dell morreu em 2015
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